O MEIO AMBIENTE NA ANTIGUIDADE

 

    Quando a algumas décadas foi trazido para uma cidade australiana um pigmeu que ainda viva na selva em um ambiente

    da idade da pedra, perguntaram-lhe depois de terem lhes mostrado as conquistas da civilização, o que lhe causava

    maior impressão. Ele respondeu; o que me causou maior impressão não foram os arranhas céus, mas sim o fato de se

    abrir uma simples torneira e dela sair água em grande quantidade.

    As leis das águas foram os primeiros códigos do homem. É característico que os primeiros documentos escritos da

    humanidade, por volta de 4000.AC continham instrumentações sobre a irrigação de lavouras dispostas em forma de

    terraço.

    Maomé partiu do princípio de que, nas regiões de seca a posse de água tem significação eminente. Tomando por base

    esta noção, o califa Abraman, criou em 960.DC o tribunal da águas de valência. Segundo determina as leis, o dono de

    terras só podia utilizar certa quantidade de água, pois sua distribuição era realizada por vigias que possuíam autoridade

    ilimitada.

    Já então se tinha conhecimento que a água potável não se encontrava à disposição em quantidades infinitas. Portanto

    se quisesse consumir água para fins privados, era preciso pagar por isso.

    Tanto é que latrinas dotadas de água corrente utilizada pelos romanos, não eram servidas como água potável, mas sim

    a água que escoava dos banhos públicos.

    Em Roma por volta de 50.AC somente as privadas públicas tinham água corrente (reaproveitada dos banhos), fora isso

    existiam apenas fossas secas. “Somente uns poucos privilegiados possuíam banhos particulares”, para o restante do

    povo só restava os banhos públicos.

    A higiene na antiguidade.

    Os antepassados sacrificavam animais nos lugares que iam erguer suas cidades, e para ver se o local tem boa água e

    alimentação, verificavam seu fígado caso fosse escuro, sacrificavam outro e outro. Não achando animal com fígado bom,

    dirigiam se para outra terra, pois julgavam que ali a água era transmissora de doenças.

    O sistema de descarga para vasos sanitários, acredita-se que só tenha começado a aparecer em Atenas, devendo-se

    porém a chamar a atenção para o fato de que essas privadas só eram utilizadas por mulheres. A Higiene também tinha

    seus limites, pois os homens de Atenas faziam suas necessidades fossem quais forem, em qualquer sarjeta ou junto

    aos muros. Em lugar de papel usavam-se esponjas ou ramas de alho.

    Os responsáveis pela coleta de excrementos de Atenas, ao que parece , não se aplicavam muito à sua tarefa.

    No 4º século A.C, Roma possuía 856 banhos públicos e 14 termas, cabendo somente aos banhos um consumo de água

    de 750milhões de litros/dia.

    Melhor planejada que as cidades da idade média, as ruas das cidades da antiguidade eram construídas em ângulos

    retos (ruas sem curvas), para evitar os bolsões de ar mal cheirosos causados pelos excrementos, afastar das casas os

    mosquitos da malária e dar boa vista da cidade.

    A limpeza das ruas de Roma, requeria que se evitasse a formação de poços de água, e a remoção de cadáveres. Pelo

    código municipal de César, todo proprietário de casa estava obrigado a manter em ordem e limpo, o trecho de rua

    diante de sua residência.

    As matérias fecais retiradas de fossas e ruas, eram levadas para fora da cidade e espalhadas numa camada fina, pois

    elas se decompunham rapidamente sobre o efeito ultravioleta do sol, assim como os germes patogênicos nelas

    contidas.

    Meio ambiente na idade média.

    As vias públicas eram imundas pelo fato de existirem poucas privadas, as epidemias eram constante pela falta de

    higiene da população (banho reduzido), o aumento do número de ratos fez se alastrar a peste. A varíola e a cólera

    gloriavam na idade média.

    A população que emigrava do interior para a cidade, trazendo consigo os animais domésticos, ajudaram com o

    alastramento das sujeiras na cidade pois naqueles tempos eles estavam acostumados a lançar urina e fezes, no monte

    de esterco que se encontrava em plena cidade. As autoridades municipais viviam em constante e desesperadora luta

    contra esses maus costumes rurais. Somente na segunda metade do século 15, saiu uma regulamentação referente a

    limpeza das ruas.

    Deveriam ser varridas em pontos centrais da cidade como, o poço público, a peixaria, a igreja, o portão de entrada da

    cidade, e na véspera de natal, quaresma, páscoa, pentecostes e são Sebaldo.

    A origem da perna de pau.

    As sujeiras da rua se juntavam tanto que em certos dias chegava ao tornozelo, impedindo assim que conselheiros

    municipais chegassem às suas reuniões,e o padre à catedral, por isso um par de pernas de pau era acessório

    necessário ao cidadão, principalmente nos dias chuvosos.

    Nas cidades medievais, a água potável provinha de poços que armazenavam água por infiltração. Muitos das vezes

    esses poços se encontravam próximos a montes de adubos, fossas e privadas. A contaminação desses poços de davam

    também alem dos detritos, como pelo reaproveitamento de poços inativo (cisternas), como depósito de lixo, em

    conseqüência de doenças infecciosas causadas pela água desses poços morreram 64.000 pessoas entre 1349 e 1360.

    Quando a água potável tinha que ser trazida de rios, uma lei era criada para impedir que neles fossem jogados, animais

    mortos, dejetos, e até roupas fossem lavadas.

    A peste (monte negra) como era chamada, por causa das bolhas escuras que causava na pele, foi uma das piores

    epidemias que aconteceu no ano de 1679, ela dizimou 80.000 vítimas.

 

Do livro – Poluição, da antiguidade aos nossos dias.